Um de meus chocolates preferidos é o Toblerone. Não necessariamente o branco, mas o amargo. É uma opção mais em conta ao melhor de todos: Godiva. E em noites frias como as belorizontinas, é sempre bom ter um vinho chileno e um chocolate suíço. Hoje vou de Toblerone e León de Tarapacá (Merlot).
Desde que fui iniciado na enofilia por meu pai, tive predileção pelas uvas Cabernet Sauvignon e Syrah. Talvez pelo clima quente e úmido de Recife, já que são uvas mais amenas. Mas, aqui em BH com os termômetros marcando 14C, estou redescobrindo o Merlot. Ele está em minha janela para arejar e resfriar. Enquanto ele respira, eu como meu toblerone e escrevo.
O mundo do vinho é interessante, por diversas razões. A primeira é que as garrafas são bonitas e ficam na melhor seção de qualquer supermercado. As lojas de vinho são ainda melhores, porém o preço assusta! E como vinho é uma bebida sofisticada, muita gente quer aprender a ler rótulos, harmonizações, tipos e variações de uvas, etc.
Não, não, não, não! Não sou enochato nem vou ficar perdendo meu tempo arrotando os detalhes que qualquer livro vinhos pode lhe dizer. Uma das razões de eu falar sobre vinhos é aquela que me motivou a escrever esse textículo. Trata-se de união, amizade e confraria.
O ano, não lembro. Mas faz mais de uma década que 4 amigos - eu acho que foram quatro, não lembro - se juntaram e criaram uma confraria, a Confraria Carlos Pena Filho. Hoje somos 12, mas à época o quarteto formado por estudantes se reunia lá em casa para degustar e falar de Baco e o néctar vinífero. Neologismos a parte, cada um seguiu seu caminho. Nossa confraria está espraiada em Angola, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Los Angeles, Blumenau e Recife (sede). O que hoje nos mantém unidos não é apenas o Facebook, mas a alegria de que a cada reunião nos lembramos da mesma efervecência, mesma amizade e mesma felicidade de estarmos juntos. Somos de diversas profissões, desde prestadores de serviço a doutorandos em Arquitetura e Ciência Política, passando por geógrafos, advogados, tecnólogos, etc.
E nesse frio para esquentar, melhor que chocolate suíço e vinho chileno é o calor dos amigos recifenses! Moro em Belo Horizonte, mas sou recifense de paixão! Ser recifense é como ser alvirrubro, a cidade pode estar debaixo de merda (como literalmente estava) mas a gente continua amando nosso canto! Afinal, a amizade aquece como o vinho e vicia como o chocolate. O sarcasmo é crônico e a vida é irônica.
